Juca Kfouri

Jornalista, autor de “Confesso que Perdi”. É formado em ciências sociais pela USP.

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Juca Kfouri
Descrição de chapéu Corinthians

Se você não suporta ver o Corinthians jogar, eis algumas saídas

Algumas sugestões aos alvinegros que têm sofrido ao observar seu time em campo

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Está difícil ver o Corinthians jogar, ou melhor, entrar em campo, porque jogar não joga faz tempo?

Culpar o maior goleiro de sua História é, além de errado, injusto.

A única culpa de Cássio é a de ter sido responsável por permitir, ao ser o melhor na decisão do Mundial de Clubes da Fifa, em 2012, que o corintiano sonhasse com a hegemonia que se desfez cinco anos depois.

Os culpados estão aí para quem quer ver, de sobrenomes Sanchez, Monteiro Alves e Melo.

Cássio durante partida entre Corinthians e Racing pela Copa Sul-Americana - Dante Fernandez - 2.abr.2024/AFP

Preferível a se impacientar no estádio, ou na frente da TV, se você, rara leitora corintiana, ou você, raro leitor corintiano, não for daqueles fiéis que beiram o masoquismo, será se distrair com atrações melhores, ao alcance de um clique ou da simples ida ao cinema/teatro.

No Tuca, nesta sexta-feira (26), estreia a peça "O Que Só Sabemos Juntos", com Denise Fraga e Tony Ramos, duas sumidades que extrapolam seus ofícios. Ficarão em cartaz até 30 de junho.

Como garantir a excelência antes da estreia?

Ora, com Fraga e Ramos, é gol na certa, e, como sabemos juntos, o Corinthians é tão grande que a tempestade haverá de passar quando forem expulsos do clube aqueles que o tomaram de assalto.

Num cinema perto de você, ou via Prime Video, veja "Dias Perfeitos", dirigido por Wim Wenders e estrelado pelo extraordinário Koji Yakusho, no papel de um encarregado da limpeza de banheiros públicos em Tóquio.

Releve o começo do filme que dá a impressão de monótona repetição, embora incomparavelmente melhor que a irritação causada pelo bando corintiano durante 90 minutos e os acréscimos, porque logo você submergirá como se estivesse em sessão de ioga, mesmo que nunca tenha participado de uma.

Por estranhos que sejam os personagens, nenhum provoca maus instintos, como Fagner, Raul Gustavo, Hugo, Pedro Raul, Yuri Alberto etc.

Se nem teatro nem cinema fazem sua cabeça, leia qualquer dos três livros da mineira Carla Madeira: "Tudo É Rio", "A Natureza da Mordida" ou "Véspera".

Sim, às margens do Tietê o cheiro é irrespirável, o Corinthians está sendo devorado por gargantas insaciáveis e esperar mais para o impeachment pode ser fatal.

Ou leia qualquer livro do cubano Leonardo Padura.

O mais recente, "Pessoas Decentes", é excelente, e inexiste o risco de encontrar nele algum dos atuais cartolas alvinegros.

São apenas singelas sugestões, sem a pretensão de impor nada a ninguém e muito menos de afastar os amantes do futebol, incapazes de viver longe dele.

Para estes, a sugestão é óbvia: procure ver a reta final do Campeonato Inglês.

Escolha o Arsenal, há 20 anos em busca de seu 14º título, hoje na liderança, mas com dois jogos a mais que o Manchester City de Pep Guardiola, virtualmente o primeiro colocado e, cá entre nós, a melhor opção —que não nos ouça o vizinho Sandro Macedo e o irmão José Trajano.

Tem ainda o Liverpool, na briga pela taça e às vésperas de se despedir do enorme treinador Jürgen Klopp, merecedor de todas as glórias.

E sempre existe a simpática alternativa de torcer pelas Brabas, que continuam imbatíveis no Campeonato Brasileiro, apesar de terem sido contaminadas pelos homens no último jogo ao empatar por 0 a 0 com as Guerreiras da Ferroviária.

Enfim, tudo bem, se nada disso servir, cante: "Eu sou Corinthians/Eu nunca vou te abandonar/Porque eu te amo!".

E porque aqui tem um bando de loucos.

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